Associado à imagem de "vilão", Justin Gatlin promete boicotar mídia britânica
"The Guardian" destaca que corredor americano se diz perseguido no Reino Unido. Narrador apontou vitória de Bolt nos 100m, em Pequim, como melhor para o atletismom.
Marcado por casos de doping em sua carreira, o corredor americano Justin Gatlin
prometeu boicotar a imprensa britânica após ouvir a narração da emissora BBC para a reta final da prova dos 100m rasos no Mundial de Pequim. De acordo com o jornal inglês "The Guardian", o agente do atleta, Brendan Foster, declarou que a mídia do país tem sido injusta com Gatlin ao ligar sua imagem a todo o tempo com o uso de substâncias proibidas.
Na capital chinesa, Usain Bolt sagrou-se tricampeão mundial ao superar Gatlin por um centésimo. Logo após os corredores ultrapassarem a linha de chegada, o narrador Steve Cram, da BBC, ainda sem saber o resultado, bradou durante a transmissão que o jamaicano poderia ter salvo o seu título e, "provavelmente, o esporte", em clara referência ao fato do atleta nunca ter sido flagrado pelo doping, ao contrário do segundo colocado.
O "Guardian" destaca que Gatlin nunca demonstrou arrependimento pelos banimentos sofridos em função de doping. Em 2001, o atleta recebeu a punição por dois anos pelo uso de anfetaminas. Na segunda vez, após ser cogitada a sua exclusão do esporte, em função do uso de testosterona, o americano teve o banimento de oito anos reduzido para quatro.
Após cumprir a pena, Gatlin retornou às pistas em 2010 e conquistou o bronze nos Jogos de Londres, em 2012, nos 100m. Em mundiais, também ficou com a prata na mesma prova, em 2013, em Moscou. Sempre à sombra de Bolt: em todas as provas, o jamaicano ficou com o topo do pódio.
Gatlin e Bolt se encontrarão novamente na próxima quarta-feira, pelas semifinais dos 200m, no qual o jamaicano também é o campeão. A final acontece na quinta.