Ana Claudia Lemos volta a defender revezamento do Brasil nesta sexta
Após suspensão por doping, velocista retoma trabalho com time brasileiro em camping no Rio e ganha apoio de companheiras: "O clima está muito bom".
Liberada para competir desde o dia 3 de julho, Ana Claudia Lemos volta a defender o Brasil na sexta-feira. Depois da suspensão por doping, a velocista retomou os trabalhos junto com o revezamento 4x100m verde-amarelo em um camping de treinamento no Rio de Janeiro na última semana. O grupo tem como último teste para a Olimpíada a etapa de Londres da Diamond League, o principal circuito internacional de atletismo. A informação foi confirmada por Bruna Farias, Kauiza Venâncio e Franciela Krasucki, três velocistas do time brasileiro que participaram da apresentação da delegação olímpica do clube Pinheiros. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) ainda não confirmou a participação da atleta na Inglaterra.
- O clima está muito bom, as conversas são boas, está gostoso. Não falamos sobre o doping. Quem tinha de julgar já julgou. O que queremos saber é que ela voltou bem. Isso é o mais importante para time - disse Kauiza.
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Classificada para os Jogos nos 100m rasos e no revezamento, Ana Claudia retornou às competições no dia 10 de julho e já fez o melhor tempo de uma brasileira nesta temporada, com 11s14 em um meeting de Medelín, na Colômbia. Considerada peça fundamental do quarteto brasileiro, ela foi bem recebida pelo grupo segundo Bruna, Kauiza e Franciela.
- Ela sempre foi minha amiga e sempre vai ser, independentemente de qualquer coisa. Ela voltou querendo correr, está com a cabeça boa, vai competir. Todo mundo a deixou forte, porque ela voltou bem. É muito bom para o Brasil ter uma perna correndo 11s14 - disse Bruna.Além das três velocistas do Pinheiros e de Ana Claudia (no momento sem clube), o revezamento brasileiro ainda conta com Rosângela Santos e Vitória Rosa. Franciela é a única que não vai viajar para Londres, já que ainda está na fase final do tratamento de uma lesão muscular na perna. Bruna ou Vitória deve abrir a prova, com Ana Claudia fazendo a segunda perna, Kauiza a terceira e Rosângela fechando. O grupo acredita que está tão veloz quanto 2013, quando ficou muito perto de uma medalha no Mundial, mas Vanda Gomes deixou o bastão cair na última passagem - o Brasil estava atrás apenas da Jamaica.
- Acredito que estamos tão velozes como em 2013, até porque eu, a Ana e a Rosângela continuamos no grupo. Tudo que aconteceu em 2013 só nos deu força para continuar treinando. Vamos em busca dessa medalha. Estamos bem unidas. Todas estão muito empolgadas. Não nos cobramos a medalha, e sim todas dar o melhor. Mas temos grandes chances de brigar por uma medalha - disse Franciela.Na prova da sexta, em Londres, o Brasil deve enfrentar alguns dos adversários da Rio 2016. O otimismo é tamanho que as velocistas miram quebrar o recorde sul-americano de 42s29, estabelecido por Ana, Franciela, Rosângela e Evelyn dos Santos na eliminatória do Mundial de 2013.
- Queremos quebrar o recorde sul-americano em Londres para chegar bem na Olimpíada. Com a Ana é mais garantido a gente brigar por essa medalha. Nossa realidade é um bronze - disse Kauiza.
A punição de Ana Claudia foi estipulada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBAt no início de maio. Na época, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) havia afirmado que levaria o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS), pedindo uma punição mais severa. A CBAt, porém, afirma que até hoje não foi comunicada sobre um possível julgamento na instância máxima da justiça desportiva. A entidade afirma que receberá uma resposta definitiva sobre a liberação ou não da velocista antes dos Jogos.